Jerónimo de Sousa presente na inauguração

Avenida Álvaro Cunhal<br>na Figueira da Foz

O concelho da Figueira da Foz tem, desde a passada sexta-feira, uma «Avenida Álvaro Cunhal», inaugurada pelo presidente da Câmara Municipal e pelo Secretário-geral do PCP.

Álvaro Cunhal dignificou a actividade política

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A avenida, situada na freguesia de Buarcos, passa junto à escola Infante D. Pedro, ao pé da qual se realizou a cerimónia de inauguração. Presentes, para além dos dois oradores – Jerónimo de Sousa e João Ataíde –, estavam vereadores da Câmara Municipal, eleitos na Assembleia Municipal e representantes da Junta de Freguesia de Buarcos e São Julião. Dirigentes, militantes e eleitos do Partido na Figueira da Foz e em alguns dos concelhos vizinhos fizeram igualmente questão de comparecer.

Depois do descerramento formal da placa toponímica com o nome do histórico dirigente comunista, Jerónimo de Sousa saudou a decisão do município da Figueira da Foz em «distinguir essa grande e multifacetada personalidade do nosso Portugal contemporâneo – político e estadista de dimensão nacional e internacional, intelectual, homem da cultura e das artes – que foi Álvaro Cunhal». Para o Secretário-geral do Partido, Álvaro Cunhal é uma «figura fascinante», um «combatente pela liberdade e a democracia» e uma «referência na luta pelos valores da emancipação social e humana no nosso País e no mundo».

Jerónimo de Sousa valorizou em seguida os múltiplos e notáveis aspectos da biografia de Álvaro Cunhal, enquanto militante, dirigente e construtor do Partido Comunista Português, resistente antifascista, protagonista e defensor do Portugal de Abril, brilhante teórico marxista-leninista e escritor e artista plástico comprometido com a luta do seu povo pela liberdade, o progresso e a justiça social. Em tempos como aqueles em que vivemos, marcados por «inquietantes fenómenos de regressão social e retrocesso civilizacional», a homenagem a Álvaro Cunhal tem uma redobrada importância ao demonstrar que «os políticos não são todos iguais e que a actividade política pode e deve ser uma actividade nobre».

Concepções e legado

De entre os exemplos que constituem o «imenso legado» deixado por Álvaro Cunhal, Jerónimo de Sousa começou por destacar a «entrega desinteressada ao serviço da causa justa que abraçou» e uma concepção do exercício da actividade política como a realizada para «servir o povo e o País e não interesses pessoais ou de grupo». Nesta concepção, acrescentou, está desde logo presente a «recusa de vantagens sociais e privilégios pessoais».

Mas ela integra outras componentes, realçou Jerónimo de Sousa: o respeito pela verdade e a rejeição da demagogia, da «retórica barata», da «política espectáculo» e das «exibições teatrais». Estas práticas, garantiu, conduzem à «impunidade, ao abuso do poder, à corrupção».

Como Álvaro Cunhal dizia, citou Jerónimo de Sousa, a política é uma «palavra digna. Significa uma orientação, uma proposta e uma intervenção destinada a resolver os problemas que se colocam na vida de qualquer sociedade». Álvaro Cunhal foi o exemplo de um político que «dignificou a actividade política, como uma actividade nobre, porque exclusivamente ao serviço da resolução dos problemas do País e do povo», acrescentou o Secretário-geral do Partido.

A obra e o pensamento de Álvaro Cunhal, disse ainda Jerónimo de Sousa, projectam-se como «contributos inestimáveis para a conquista de um futuro que tenha como referência os valores de Abril». Sendo inquestionável que são os povos que fazem a história não é menos verdade que ela «precisa do concurso dos homens certos e em cada momento, para lhe dar rumo e movimento», homens como Álvaro Cunhal.

O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, por seu lado, escusou-se a tecer considerações acerca da biografia pessoal, política, teórica e artística de Álvaro Cunhal – esse papel foi assumido por Jerónimo de Sousa – e optou por valorizar a opção do município em acolher na toponímia do concelho nomes de «personalidades marcantes» da vida local e nacional. João Ataíde não deixou, porém, de realçar a coerência e combatividade de Álvaro Cunhal e a sua luta de sempre contra as desigualdades e as injustiças, que fizeram dele um homem respeitado e merecedor da «consideração de todos».

 



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